Manobras da Articulação
Após dois meses das eleições de dezembro, as eleições na subsede de São José dos Campos seguem indefinidas. A vitória apertada da corrente da Conlutas, Oposição Alternativa, por apenas um voto de diferença sobre a Articulação Sindical, não significou a volta da oposição na direção desta subsede. A Articulação conseguiu suspender temporariamente a decisão sobre as eleições, pedindo assim a recontagem dos votos, primeiro em uma urna apenas, depois em algumas outras. Ainda em dezembro, a decisão foi parar na justiça, e perante a juiza, os coordenadores do PSTU na Oposição Alternativa decidiram, equivocadamente, não recontar os votos na frente da juíza. A juíza alegando não capacidade para julgar a questão, levou a decisão para a comissão eleitoral estadual, que é controlada em sua maioria pela Articulação.
A decisão se teremos a recontagem, ou se será realizada outra eleição em São José ficará para o CER do dia 20 de fevereiro. Infelizmente a prática de cancelar eleições apertadas está ficando comum em São José dos Campos, uma prática não honesta da Articulação para evitar o avanço das oposições na Apeoesp.
Problemas na Oposição Unificada
Por outo lado, a Oposição Alternativa, corrente da Conlutas, controlada pelo MTS em São José, (tendência ligada ao trotskismo do PSTU), errou aos desconsiderar o acordo estadual das oposições, a Oposição Unificada. Nas eleições gerais de 2008, a Oposição Unificada representava a Chapa 2, e reuniu grupos como a FOS, a ASS, a Corrente Proletária na Educação, a Oposição Alternativa, Apeoesp na Escola e na Luta, entre outros. A Oposição Unificada é um acordo geral das oposições em nível estadual, feito em 2008, para tirar a Articulação da sua longa dinastia na Apeoesp. Mas infelizmente em São José dos Campos membros minoritarios da Oposição Unificada foram desconsiderados em uma possível aliança contra a Articulação Sindical. O debate em torno de questões como centrais sindicais , e a gana do MTS/ PSTU em controlar todo material escrito para campanha, acabou por isolar militantes de outras correntes da Oposição Unificada de São José dos Campos nestas eleições.
A Oposição Alternativa de São José dos Campos, que majoritariamente segue a linha do PSTU, precisa aprender a separar as coisas, e capacidade para isso possui, pois em seu meio encontram-se bons militantes independente e um reconhecido representante da tendência Conspiração Socialista. O debate sobre a constituição de uma nova central é um, e a questão da unidade de grupos de oposição contra a Articulação, é outro. Dentro da Oposição Unificada existem correntes de centrais diferentes, como a Conlutas, a Intersindical e inclusive da esquerda da CUT; só o respeito entre as correntes dentro desta realidade é que conseguirá nos levar a uma verdadeira unidade para de fato abalarmos o domínio da Articulação na Apeoesp .
A discussão sobre central sindical não esta resolvida no movimento sindical brasileiro, ao contrário do que a Conlutas fala aos quatro cantos em seus boletins, alegando, equivocadamente, que a Intersindical irá juntar-se a Conlutas (quem está para se juntar com a Conlutas, são apenas os pequenos grupos do Psol que eram da Intersindical, e não a Intersindical inteira). É necessário e urgente o respeito entre as correntes, o reconhecimento entre os grupos de oposição e o respeito pelas diferenças. A busca pelo hegemonismo de alguns setores da esquerda operária apenas nos leva ao sectarismo e ao autoritarismo, atropelando assim como um trator os grupos minoritários. Com estas posturas não chegaremos aos objetivos comuns da reconstrução de um movimento sindical classista, combativo e autônomo em relação aos governos.
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